Resenha: Uma Dobra no Tempo

Olá Olá! Tudo bem com vocês? Hoje, vai ter resenha de um clássico que virou filme recentemente!

Título: Uma Dobra no Tempo

Autora: Madeleine L’Engle

Editora: Harper Collins

Páginas: 220

Sinopse: Era uma noite escura e tempestuosa; a jovem Meg Murry e seu irmão mais novo, Charles Wallace, descem para fazer um lanche tardio quando recebem a visita de uma figura muito peculiar. “Noites loucas são a minha glória”, diz a estranha misteriosa. “Foi só uma lufada que me pegou de jeito e me tirou da rota. Descansarei um pouco e seguirei meu rumo. Por falar em rumos, meu doce, saiba que o tesserato existe, sim. ” O que seria um tesserato? O pai de Meg bem andava experimentando com a quinta dimensão quando desapareceu misteriosamente…. Agora, com a ajuda de três criaturas muito peculiares, chegou o momento de Meg, seu amigo Calvin e Charles Wallace partirem em uma jornada para resgatá-lo. Uma jornada perigosa pelo tempo e o espaço.

Minha Opinião: Essa é a edição especial de 50 anos da série clássica infantojuvenil. Está realmente muito bonita, mas eu não esperava que fosse realmente uma história tão infantil e ainda por cima uma obra cristã. O curioso é que, apesar disso, o livro causou bastante polêmica na época e vou contar mais sobre isso no final...

A história começa muito bem com personagens extremamente carismáticos e interessantes. São eles Meg e Charles, no meio de uma família de outros irmãos e cujos pais são cientistas. No entanto, seu pai está desaparecido e ninguém sabe o que pode ter acontecido com ele, exceto sua mãe e algo a ver com tesseratos... Rapidamente já simpatizei com todos eles e queria saber o que fariam diante dessa situação. Alguns elementos fantásticos vão surgindo e se misturando à ficção científica, como três mulheres curiosamente estranhas e simpáticas, as senhoras Quequeé, Quem e Qual, que despertaram a minha curiosidade até o fim. Mas também fiquei um pouco irritada pela maneira como são escritos alguns diálogos, repetindo várias letras e me deixando sem entender qual o objetivo, como eu deveria imaginar aquela fala estranha. Mas é possível relevar isso diante de todo o mistério, com tanta coisa nova acontecendo e personagens construindo um relacionamento muito forte e bonito de se ler e imaginar. São crianças tentando salvar o seu pai e isso tem toda uma mágica envolvida! É uma pena que acabou sendo um fim muito utópico, quase um conto de fadas daqueles cheios das mesmas mensagens de sempre.

Eu achei que seria uma história mais juvenil do que infanto e que traria viagem no tempo, mas nada disso aconteceu. Ok, é uma trama que pode agradar pessoas de várias idades, pois apesar de infantil, traz belas mensagens e personagens bastante cativantes, mas sinceramente eu já vi essas mesmas reflexões em muitas obras. O livro tem sim uma bela mensagem de amor, família e alguns princípios muito interessantes e pode ter sido muito diferente e à frente de sua época há alguns anos, mas para mim não mudou em nada. A parte cristã fica por conta de uma série de citações da bíblia, mas nada que me fizesse achar que era sem ter lido essa informação antes. Acho que a polêmica veio por se considerar uma obra cristã e conter elementos mágicos e fantasiosos, não sei...

Ao final do livro, tem um discurso de agradecimento da autora pela medalha Newbery e um posfácio em forma de pequena biografia da autora e um pouco de sua história até chegar ao livro, escrito por uma de suas netas. Seu texto me fez repensar algumas cenas e mensagens, percebendo que há muito mais do que eu entendi durante a minha leitura. Não sei se as intenções da autora foram essas desde o início, ou se acabou se encaixando em uma série de críticas sociais sem querer. Talvez um pouco dos dois. Sabemos que interpretar textos pode ser algo muito abrangente e maravilhoso!

Minha avaliação: